sábado, 1 de dezembro de 2007

Teorias Comportamentais

Ora, os genes não sentenciam o indivíduo a ser obeso pelo resto da vida, uma vez que o meio também exerce uma forte e decisiva influência sobre o desenvolvimento da obesidade. Ao abordar estes aspectos, não podemos deixar de falar em hábitos e estilo de vida, como por exemplo a prática de exercício físico e a utilização frequente de alimentos saudáveis, que podem contrariar decisivamente uma herança genética, mas que, por norma, são excluídos no dia-a-dia dos obesos.
Rodríguez, Gómez, Martínez e Pérez (2003) referem que a incidência da obesidade aumenta com a idade até aos 50-65 anos (altura em que estabiliza) e que a mesma atinge valores superiores no sexo feminino independentemente do grupo etário. Em termos nutricionais, a maioria dos obesos denota uma alimentação excessiva e/ou rica em gorduras, enquadrada num quotidiano voltado para o sedentarismo típico das sociedades desenvolvidas, com destaque aqui para o papel da televisão. Convenhamos que é muito mais fácil, agradável e cómodo comer um pacote de batatas fritas enquanto se assiste a um programa do que propriamente uma sopa!
Seguindo esta linha de raciocínio, encontramos, no site do Mistério da Saúde, um estudo americano muito curioso sobre as facilidades do mundo moderno que nos alerta para o facto de os mais de 2kg de gordura por ano acrescidos no peso corporal, um é devido aos controles remotos, dado que apertamos o botão para tudo: televisão, DVD, aparelhagem, acendimento automático de lâmpadas, vidro eléctrico do carro, escadas rolantes e muito mais. Por outras palavras, a chamada “lei do menor esforço” é parceira da vida cómoda e sedentária a que nos entregamos diariamente. Se nos mexemos menos, acumulamos cada vez mais gordura e estamos mais propensos a todas as doenças que podem decorrer do excesso de peso.
Um estudo procurou comparar a quantidade de comida deixada nos pratos, após uma refeição, por obesos e não-obesos. O que se verificou foi que as mulheres obesas deixam menos comida no prato do que as de peso adequado. Este aspecto permite suportar a ideia de que a obesidade é, em parte, resultado de respostas aprendidas, inclusive nas crianças. Muitas delas, note-se, são educadas no sentido de comerem “tudo o que está no prato” (Matos, 1990 cit Krassner, Brownell e Stunkard, 1978).
Concluindo, a vida sedentária da actualidade, o stress, a falta de tempo para comer à mesa, o uso cada vez menos regular das leguminosas e da fruta na alimentação diária de várias famílias são dos maiores perigos a alimentação saudável.

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