sábado, 1 de dezembro de 2007

Conclusão

Após um extenso trabalho de pesquisa bibliográfica e posterior tratamento da informação, podemos concluir apontando a obesidade como uma doença crónica, de extrema complexidade, sobretudo pelo seu carácter multifactorial, que já lhe valeu inclusive o estatuto, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de epidemia global. Deixou evidentemente de ser uma preocupação estética para se tornar num problema de saúde pública, sendo este, julgamos nós, um bom ponto de partida para uma pequena reflexão acerca da epidemiologia da obesidade.
De facto, as estatísticas mostram-nos uma realidade bastante preocupante, que nos remete para a fundamentação/confirmação da expressão supracitada “epidemia global”. A prevalência da obesidade nos diferentes países desenvolvidos está intrinsecamente relacionada, acima de tudo, com questões económicas, sociais e culturais, pelo que podemos inferir que a génese do problema reside nas nossas próprias características, enquanto personagens activas de uma sociedade. É, sobretudo, o nosso sistema de crenças e “modas” que actua neste crescimento alarmante, pois, como vimos, somos bastante vulneráveis a uma rede publicitária persuasiva e comodistas/sedentários perante o nosso quotidiano, sem sequer reflectirmos nos prejuízos que isso nos acarreta a longo prazo. A meu ver (se vocês concordarem será a nosso ver lol), a questão da obesidade, excluindo claro a ínfima percentagem de casos motivados por factores genéticos, pode ser encarada como mais um exemplo prático do laxismo e da inércia a que as pessoas estão voltadas, pois não se permitem conhecer nem reflectir sobre a doença; simplesmente aceitam a sua existência e o seu crescimento exuberante numa atitude fatalista e submissa.
Se pretendermos perceber com alguma profundidade a obesidade temos, à partida, que adoptar uma postura de análise multidisciplinar, percebendo todas as suas dimensões, como as suas causas, implicações, formas de intervenção e tratamento. Assim, numa primeira análise, devemos recorrer aos vários contributos teóricos no sentido de tentar compreender a sua etiologia. Foram desenvolvidas várias teorias, desde fisiológicas com foco na genética, nas taxas metabólicas e nas células gordas, até às teorias comportamentais, que se centram na actividade física e na ingestão de alimentos. A investigação em particular sugeriu que pode existir uma predisposição genética para a obesidade, agravada por uma fraca actividade e um consumo relativamente exagerado de gorduras (Ogden, 2004). No entanto, a investigação das causas da obesidade assume um papel um pouco confuso em determinados aspectos, o que revela que ainda são necessários mais estudos sobre esta temática. Neste trabalho são abordadas diversas causas de obesidade, incluídas em diferentes dimensões e enfatizadas de forma distinta por vários autores, pois torna-se imperativa a complementaridade das várias teorias para percebermos cada caso.
Tendo, sempre em conta, uma abordagem multifactorial, é de salientar a importância das inúmeras implicações da obesidade, que ocorrem a nível psicológico, social, físico e económico. Apesar destas implicações poderem ser abordadas de forma aparentemente separada, encontram-se relacionadas, estabelecendo relações importantes para o equilíbrio e bem-estar do sujeito.
A familiarização com os conceitos abordados permitiu-nos também perceber e especificidade dos tratamentos. Alguns especialistas têm discutido que a obesidade, enquanto doença crónica, exige um trabalho continuado ao longo do tempo dirigido aos doentes (Perri & Corsica, 2002). Existe alguma evidência de que voltar a ganhar peso é adiado por tratamentos de longa duração, mas não há dados suficientes acerca do que acontece quando o tratamento, eventualmente, termina. O argumento de que, os pacientes com obesidade, requerem tratamento a longo prazo é válido em diversos aspectos. Certamente que a manutenção do peso bem sucedida necessita de uma vigilância continuada naqueles indivíduos predispostos para desenvolverem obesidade. É sabido que as significações de doença e de tratamento influenciam os processos de adesão dos indivíduos ao próprio tratamento, ou seja, o modo como eles concebem a sua doença, tratamento, efeitos, graus de mudança comportamental exigido, relação com os profissionais de saúde, com o sistema de saúde e com os recursos sociais (Travado e tal., 2004). Neste sentido, podemos deixar claro o contributo da terapia cognitivo-comportamental, que visa a modificação de comportamentos disfuncionais associados aos hábitos alimentares do paciente.
Em linhas finais, deixamos o nosso testemunho, enquanto elementos integradores do grupo Obesidade, um problema de saúde pública, salientando a curiosidade e a compreensão mais profunda e multidisciplinar que adquirimos e pretendemos cimentar. Neste sentido, é importante reter que se trata de um tema actual, que tem vindo a ser alvo de diversos estudos, mesmo ao nível da Psicologia, e para o qual certamente estaremos mais atentos nos próximos tempos, até porque é sempre importante conhecermos o terreno teórico com o qual podemos vir a trabalhar e encará-lo com a seriedade necessária.

4 comentários:

Unknown disse...

Obg' me ajudou muito p/ cm um trabalho q fiz na escola.

Unknown disse...

obg me ajudou bastante mesmo no meio trabalho escolar

Blog da Vick disse...

Obrigada, isso vai me ajudar bastante em um trabalho de Ciências que tenho que fazer com minhas amigas..

AQUINO disse...

Foi de utilidade, preponderante para o trabalho da minha filha que está no 6° ano. Obrigado.