sábado, 1 de dezembro de 2007

O tratamento cognitivo-comportamental na Obesidade

O tratamento cognitivo-comportamental é uma das técnicas terapêuticas auxiliares no controle do peso que se baseia na modificação de comportamentos disfuncionais associados aos hábitos alimentares do paciente. Estes programas partem do pressuposto de que a obesidade inclui uma alteração da aprendizagem que leva à ingestão excessiva de alimentos.
A terapia cognitiva tem vindo a mostrar a sua eficácia nesta área por trabalhar a partir da estrutura operante do paciente, com o objectivo de provocar mudanças de peso e comportamentos, em princípio, relacionados ao autocontrolo de comportamentos alimentares (Abreu, 2003). A avaliação e correcção dos pensamentos inadequados, que contribuem tanto para a etiologia, quanto para a manutenção da obesidade, são procedimentos disparadores e frequentes no processo psicoterapêutico para a modificação comportamental. Para tal, contamos com alguns procedimentos inter-relacionados, de base cognitiva, incorporados a outros programas comportamentais, como: reestruturação cognitiva, imagens orientadas, treino da auto-instrução, determinação de objectivos, estímulo ao auto-reforço e resolução de problemas são alguns (Abreu, 2003).
O modelo cognitivo-comportamental identifica a crença central e a crença intermédia (regra, atitude, suposição) que leva a um pensamento e influencia uma situação, e vice-versa, desencadeando igualmente reacções emocionais, comportamentais e fisiológicas (Vasques, Martins e Azevedo, 2004 cit Hawton, 1997). Com base nesta orientação, os sistemas de crenças de indivíduos obesos determinam sentimentos e comportamentos desencadeados por pensamentos disfuncionais acerca do peso, da alimentação e do valor pessoal; por exemplo, a crença de que ser magro está associada a autocontrolo, competência e superioridade interfere directamente na constituição da auto-estima da pessoa, ou mesmo, a crença de que ser magro é fundamental para a solução de problemas da vida e que, portanto, pessoas obesas seriam infelizes e mal sucedidas, são significações que também são encontradas neste grupo (Abreu, 2003).
Estes conjuntos de crenças provocam, no obeso, tendências disfuncionais de raciocínio levando-o a desenvolver pensamentos dicotómicos.

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